ARQUITETURA
E URBANISMO - TURMA N6A
SISTEMAS ESTRUTURAIS - GRANDES VÃOS
Pesquisa de Estruturas – Viga Vagão
Professora Maria Regina
Grupo: 06
Componentes:
Andressa
Cazotti
Angela de
Roma
Ariella
Piffer
Flávia da
Conceição
Juliana
Fernandes
Pedro Galdiosi
Como funcionam as vigas vagão?
Viga vagão é o nome dado a um
sistema composto por barra horizontal, montantes e cabos. Seu princípio é
vencer um vão através de cabos.
Esse nome deve-se ao fato de que
esse tipo de viga serviu durante muito tempo como elemento estrutural de
sustentação de vagões de trens. Nesse caso o empuxo horizontal que todo cabo
aplica aos apoios é absorvido pela própria viga, resultando em apenas cargas
verticais nos apoios.
Nos anos 70, com a tendência da
arquitetura high-tech, a viga vagão passou a ser mais utilizada, pois possuía
um visual futurista e deixava os elementos técnicos da edificação expostos
incluindo estruturas metálicas e elementos tensionados como o próprio cabo que
é de composição dessa viga.
Ela pode ser confundida por vigas treliçadas, mas as
peças diagonais dispostas junto aos montantes é o que as diferencia, pois na
viga vagão não há tais peças. Também
podem ser chamadas de estruturas vagonadas.
O
sistema é constituído por uma viga principal com seção
retangular, barras e um ou dois montantes vinculados a tirantes fixados nas
extremidades da peça, passando pela parte inferior dos montantes, é
uma opção para uso em sustentação de fôrmas para concreto e redução de
esforços e deformações associados à flexão. Resulta em um sistema leve, de
fácil manuseio, boa rigidez e de boa capacidade mecânica.
A viga vagão pode ter
um ou mais montantes; conforme aumenta o número de montantes, varia a forma do
cabo. Com um único montante a forma do cabo é triangular, com dois é um
trapézio, tendendo no limite à forma de uma parábola.
Tipos básicos de viga
vagão: com um e dois montantes. Fonte: Gesualdo e Lima (2004)
Seu
sistema funciona com os montantes que apoiam a viga, essa viga se comporta como
uma viga contínua com apoios, que faz com que diminua o vão a ser vencido
permitindo a esta viga menores dimensões. Os montantes estão apoiados nesse
cabo de aço, que sustenta o sistema.
No
caso da viga vagão, a própria viga absorve o empuxo horizontal provocado pelos
cabos, o que resulta cargas verticais nos apoios. Por esse motivo esta deve ser
feita de um material resistente à compressão, podendo ser de concreto, madeira
ou o próprio aço.
Se
comparada a uma viga convencional a viga vagão supre com mais eficácia as
necessidades de absorção de forças de tração
e compressão que é solicitada e reduz os momentos fletores.
São
sistemas estruturais bastante versáteis e com várias vantagens quando aplicados
em obras de arquitetura e engenharia, como viabilidade econômica, apelo
estético e possibilidade de vencer maiores vãos comparando com estruturas
convencionais.
Seguem alguns exemplos:
1-) Nova sede da SEBRAE - DF - Brasília / Brasil
O
projeto é de autoria de Alvaro Puntoni, João Sodré e Jonathan Davies, do Grupo
SP, e Luciano Margotto, da República Arquitetura, este projeto arquitetônico da nova sede nacional do
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), tem como objetivo a
espacialidade interna, a flexibilidade para a organização dos escritórios e
conseguir a integração entre a paisagem natural e a construção.
Com
25 mil m², distribuídos em seis pavimentos e dois subsolos, a edificação se
destaca pelo grande vazio do pátio interno, onde se concentram as atividades
públicas.
Um dos diferenciais do projeto foi a implantação
de dois térreos, no primeiro optou-se por criar um plano abaixo do nível da
soleira deste pátio, integrando-o verticalmente ao nível dos acessos onde
integram com varandas abertas a paisagem da cidade e do lago; No segundo
encontra-se o espaço de formação e treinamento, salas multiuso, auditório,
biblioteca e a cafeteria. O espaço livre que circunscreve os térreos também
serve à entrada de iluminação e ventilação naturais, além da umidificação do
ar, reforçado pela presença dos espelhos d’água, propícios à aridez da capital
federal.
Foram
utilizadas 550 toneladas de aço de maior resistência à corrosão. A estrutura do
pavimento de escritórios foi feita com duas treliças longitudinais espaçadas 18
m entre si, e apoiadas em pórticos transversais com modulação de 7,5 m. Estas
treliças, vinculadas às empenas laterais, são apoiadas a cada 15 m, em pilares
de concreto, que saem dos níveis inferiores. Foram instalados brises na fachada
em painéis de chapas perfuradas, que protegem as superfícies de vidro e
permitem a visualização da paisagem.
A
cobertura do pátio, foi construída com duas vigas-vagão e vigamento secundário. As
primeiras têm 3,6 m de altura e vencem o vão principal de 36 m de comprimento.
2-) Centro de Distribuição da Renault - Swindon, Reino Unido
O Centro Renault tem sido descrito como a práticas estrutura mais
brincalhão.
No entanto o seu desenvolvimento se deve muito a anteriores esquemas,
talvez, mais reticentes para clientes como controles Reliance e Fred Olsen,
que queriam prédios flexíveis para horários apertados.
O Centro foi feito como o principal
centro de distribuição do fabricante da Renault no Reino Unido. Além de armazenagem, que inclui uma sala
de exposições, escola de formação, oficinas , escritórios e um restaurante
pessoal, conta com um bom design estrutural que permitiu aos planejadores locais um aumentou o seu desenvolvimento local entre 50-67 por cento , permitindo uma área de 25.000 metros quadrados.
O edifício está alojado dentro de uma única forma apoiado por mastros tubulares
coloridos e vigas de aço em arco, formando uma silhueta marcante dentro da sua
paisagem envolvente.
O sistema estrutural que se repete para formar este contorno externo é
baseada em torno de 24 por 24 metros de uma baía muito maior do que o habitual
módulo de planeamento desenvolvido de modo a maximizar a flexibilidade de
planeamento dos espaços internos. Esta extensão horizontal expansiva é combinada com uma altura livre
interna de 7,5 metros, permitindo que o Centro acomode uma gama de utilizações
do armazém industrial.
Envolto por uma cobertura contínua de membrana de PVC perfurado por
painéis de vidro em cada mastro, a construção é também um passo em uma
extremidade.
3-) Centro de Arte e
Educação de Guarulhos - Guarulhos - São Paulo / Brasil
O
projeto é do escritório Biselli e Katchborian, em parceria com a prefeitura do
município de Guarulhos, com 16.000m² de área construida, onde a cobertura
ventilada e leve estruturada sobre vigas vagões atrai as atenções. Em seus
250m, abriga uma praça linear, as quadras e as salas recebem com cor e
dinamismo usuários ávidos por lazer, esporte e cultura.
A arquitetura foi
determinada pelas características do terreno estreito e comprido, de 30.780m², a
solução adotada foi implantar a escola acompanhando o desenho do lote, em uma
configuração linear na qual se destaca a grande cobertura metálica de 250 m de
comprimento e 30 m de largura.
A cobertura é dotada de sistema de sheds que
fornecem iluminação ao espaço interno e composta por telhas metálicas de
aço tipo painel com isolamento térmico e acústico, apoiadas a cada 6m em
vigas-vagão metálicas com mão-francesa, tendo 20m de vão e 5m de balanço em
ambos os lados. Estas telhas fazem também o fechamento dos espaços laterais entre a cobertura
metálica e os blocos dos diferentes setores, executados em alvenaria e concreto
moldado in loco. As janelas das salas de aula voltadas para a face oeste receberam
proteção com brises de alumínio instalados nos locais onde não há fechamento em
U-Glass.
Na
entrada da escola, ao sul, a cobertura se prolonga em um balanço de 18m, com
função de marquise, fazendo o sombreamento para a praça de acesso. Na outra
extremidade, há um fechamento com parede inclinada a 45° onde está a quadra
poliesportiva coberta.
No
piso térreo da face oeste estão biblioteca, administração e restaurante, no
pavimento superior fica o mezanino da biblioteca e as salas de aula. Na face
estão as salas multiuso, ginástica olímpica, dança e auditórios, todos com
pé-direito duplo e dotados de mezanino. Esses espaços são articulados por um
vazio central com pé-direito de 11m que culmina na área reservada à quadra
poliesportiva, onde o pé-direito aumenta para
15m.
4-) Casa Grelha - Serra da Mantiqueira SP Brasil
Projeto
construído pelo grupo Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos, em um terreno
de 22 alqueires, onde apenas uma área de 65mil m2 não é coberta pela exuberante
mata virgem, de proteção permanente, esta área de topografia bastante
acidentada, afloram grandes pedras cercadas de araucárias, escolheu-se um
pequeno vale protegido dos ventos e próximo à mata que é o encontro dos
trajetos naturais do pedestre.
Uma grelha estrutural em madeira, com módulos de
5,5x5,5x3m é suspensa sobre esse núcleo de acessos, conectando os caminhos
existentes e criando novos. Assim, atravessa-se a estrutura-ponte é atravessada
de três formas: por cima (pelo teto-jardim que é uma continuidade do terreno),
por baixo (através de um jardim com espelho d’água e pedras naturais) e pelo
meio da casa (através de uma circulação externa coberta). A grelha possui
módulos ora ocupados por ambientes fechados, ora totalmente vazados, permitindo
que árvores do jardim inferior atravessem a estrutura.
A grelha de madeira está apoiada em um conjunto de
pilares de concreto e está engastada no morro em duas laterais, quase como se
brotasse do solo. Nesse ponto de contato o terreno é desenhado por grandes
muros de gravidade executados com pedras retiradas do próprio local. Para
evitar um número excessivo de pilares nos 2000m², foi utilizado grandes vigas vagão a cada dois módulos,
executadas em aço corten e com 11m de comprimento cada. Estas vigas, juntamente
com o paisagismo, formam um conjunto importante desta obra.
Sobre o morro mais alto, de onde se tem a vista mais
generosa do horizonte montanhoso, foi projetado o pavilhão de lazer, dividido
em dois blocos com a mesma modulação da residência principal. O mesmo se apóia
em vigas metálicas de aço corten na forma de asa, que permitem balanços de 100%
do vão, nas bordas do morro. O pavilhão de lazer e o bloco da residência, que
têm a mesma grelha estrutural.
Outros 3 pavilhões de serviço com garagens, casa de
caseiro, quartos de empregada, vestiários, depósitos etc. são construções
pavilhonares com o mesmo módulo de 5,5x5,5m, mas com estrutura de pedra. Grandes
empenas paralelas de pedra fincam-se no solo e suspendem as lajes.
BIBLIOGRAFIA
http://www.cbca-acobrasil.org.br/noticias-ler.php?cod=5425
Revista Arquitetura & Aço - nº 28 - Novembro 2011
http://www.metalica.com.br/cobertura-metalica-no-centro-de-arte-e-educacao-de-guarulhos
Revista AU – Setembro/2010
Nota: 2,0
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